Artista da Economia

Cada vez mais me vejo como artista da economia. Este título vem após pensar no significado de ser artista da fome – aqueles artistas circenses que exibiam suas capacidades de ficar longos tempos sem se alimentar, também chamados de faquires.

Ser artista da economia é a realidade forçada da maioria dos artistas brasileiros que são obrigados a conciliar sua vida de artista com uma adversidade econômica. A criação artística costuma acontecer como expressão de resposta a um estímulo. Este estímulo pode ser a fome, a alegria, o medo. Se reconhecer como artista da economia, para mim, é importante porque a maneira como eu consigo o material para minha produção, os temas que abordo, as questões em que me apoio durante todo o período de criação são muito baseadas na economia. Um arranjo de tempo, um balanço de investimento monetário, um equilíbrio entre expressão animal e objetividade comunicativa que faz variar a estética entre o abstrato e o figurativo.

É bom ter reconhecido esta alcunha que me parece bem original e legítima para guiar minha vida nas artes. Traz um alívio poder me apoiar em um título assim.

Boa época

Meus circuitos andam funcionando – mesmo depois de um longo tempo sem funcionar: o driver para motor de passo tinha um erro bobo na função do Arduíno e o alto-falante que eu estava querendo usar para o projeto de áudio não era bem um alto-falante… Estou conseguindo ler mais. Estou dormindo melhor. É legal. Não estou tomando nenhum remédio para isso, não estou fazendo nenhuma oração. Seria uma conjunção astral-al-al-al (barulho de eco perante o enorme espaço em que me encontro a partir do ponto de vista de tantas oportunidades de expansão dos meus projetos).

Mas uma coisa que estava muito me incomodando e que deu certo foi a confecção de placa de circuito impresso usando transferência de toner. Deu força e criatividade pra já colocar muitos projetos em andamento novamente.


Está cada vez mais forte a vontade de fazer vídeos para expor para o mundo minhas ideias. Acho que este ambiente de blog é bem mais amistoso do que o das plataformas que te expõem demais. Aqui é o conforto do anonimato. Que delícia!

O Partsim foi desligado!

Em janeiro deste ano o site Partsim, que eu usava para simular circuitos eletrônicos foi desligado. Não que ele fosse grandes coisas, mas estava acostumado a usar. Me sinto meio infantil usando o TinkerCAD para simular circuitos e ele já fez algumas bobagens. Seria ideal se o EasyEDA, que uso para fazer placas de circuito impresso, tivesse simulador de circuito.

Preciso procurar um novo simulador online gratuito decente.

Sem propaganda

Estou lendo o livro de Mário Vargas Llosa, Pantaleão e as Visitadoras. E estou tendo a sensação estranha de fazer leituras sem a interrupção de propaganda ou alertas para outras informações não solicitadas. Acho que isso está acontecendo porque estou em uma sequência de leituras de livros e encontrei essa diferença muito forte.


O estilo do texto deste livro é impressionante e bem confuso no início: o autor intercala diálogos que acontecem em lugares e tempos diferentes. O leitor que se vire pra montar a narrativa na cabeça!

Economia sexual

Ainda estou lendo aquele livro das edições Sesc sobre a vida sexual do brasileiro. Lá para o final do livro tem um capítulo muito triste que fala sobre o capital sexual das meninas de periferia. Elas crescem sem esperança, sem educação, e algumas vezes bem fora do padrão de beleza e enxergam em seu corpo a única maneira de ter alguma ascensão social. É um contraste muito grande se comparado com a vida das meninas de classe média e rica que tem, em um país machista, muito mais capital para oferecer em troca do que apenas o seu corpo como ferramenta de prazer. O que me faz pensar sobre o dia a dia destas meninas que passam a semana sonhando com os momentos de alegria em que seu capital sexual é valorizado nos bailes funk.

O estranho caso da Placa de Circuito Impresso – Solucionado!

Usei no passado o método de transferência de layout de uma placa de circuito impresso de um papel couchê para a placa de fenolite com acetona. Deu muito certo e até documentei isto para o ETA em Construção. Acontece que este método nunca mais funcionou! Não sei se por causa da qualidade do toner usado na impressão do layout, por causa da pureza da acetona, da maneira como limpar a placa para receber o layout, o fato é que minhas tentativas agora sempre resultam em papel se desmanchando conforme se esgarça o layout aplicado: o toner não adere ao cobre.

Ontem tentei no ETA de Guarulhos usar o mesmo método usando thinner. Deu mais certo que o método com acetona, mas ainda está longe da aderência que aconteceu quando fiz a mesma coisa anteriormente.

Não sei o que fazer, mas continuarei tentando… :(


Estou vendo um vídeo em que o rapaz consegue sem grande esforço usando:

  • thinner com 10% de alcool isopropílico
  • impressão a laser no papel gloss (sic)

Aqui está o vídeo… Ele usa pouco da solução no papel para obter a transferência. Espera secar e depois joga em um recipiente com água para esgarçar o papel. Vou tentar comprar um papel destes…


Consegui! Foi assim:

  • recortei uma página de revista no tamanho A4 e imprimi na impressora laser sobre ela! Usei uma página da revista E do SESC. Não consegui encontrar que tipo de papel é usado nessa publicação, mas parece um papel glossy fosco de gramatura 120…
  • recortei o layout, apliquei sobre a placa de fenolite virgem limpa, passei algodão com Thinner puro atrás!
  • após secar, deixei um tempo em um recipiente com água e fui esgarçando o papel suavemente. Deu bem certo!
Placa de cobre e fenolite sobre papel de revista com impresso a laser