Visitei duas exposições importantes neste período de calmaria aqui em casa. Foi a Maquinações, no SESC Carmo – com máquinas, arte cinética, culto a tecnologia e a de 50 anos de Fotorrealismo no CCBB com exibição de trabalhos que usam a técnica para imitar a realidade da melhor maneira possível.
Na Maquinações fiquei bem feliz de ver que minhas queridas artes cinéticas eletrônicas bem representadas. Mas não era sobre arte cinética a exposição. Falava sobre a essência do que ando querendo mostrar em minhas esculturas cinéticas luminosas: a exibição da técnica como arte. Os eixos, motores, sensores, placas e reatores exibidos assim como o movimento e lâmpadas e leds que eles controlam.
Hoje, 10/12, vou fazer um workshop com um dos artistas que exibem ali, o Paulo Nenflidio. Além dele tem Palatnik e Guto Lacaz entre outros. Muito batuta.
Nas fotos tem alguns dos desenhos técnicos do Palatnik para suas obras. O que me chamou atenção ali foi o reconhecimento imediato do projeto de ferramenta mecânica muito parecido com o do meu pai e uma coisinha que eu quero explorar faz um tempo: o uso da solenóide! Uma solenóide custa uns R$60, então eu preciso estar em uma condição um pouco melhor de dinheiro para poder experimentar com isso…
Na expo de Fotorrealismo percebi algumas coisas interessantes: uma foi, ao ouvir de uma dupla de senhoras um “isso é que é arte” e ver o encanto de uma criança sendo estimulada a pensar se o que estava sendo mostrado era foto ou era pintura, tive mais uma prova de como a fruição da arte ainda está presa aos padrões românticos de “quanto mais próximo a ‘natureza’, mais arte é”. No caso, muitas das obras apresentadas eram pinturas americanas dos anos 50 que não retratavam nada de natural – lanchonetes, carros, oficinas. Mas o mérito das obras ali estava mais em parecer uma foto do que em ser uma pintura.
Outra coisa: como a adaptação do foco da lente da foto teve que ser feita para conseguir copiar a imagem usando as tintas. Normalmente, em uma pintura, o olhar vai passeando pelo cenário e focando cada plano. Assim, mesmo se o assunto a ser tratado está em primeiro plano, os objetos nos outros planos ainda são pintados com foco.