Tatu e escultura

Considerando que um dos materiais que está sendo manipulado durante uma tatuagem é o humano, as respostas tem uma tradução pronta que retira da experiência a plenitude da interpretação da linguagem do material.

Mockup de escultura ou almofada

Esta publicação é uma continuação desta.

Com a salinha em estado de uso, volto a desenvolver meus estudos. O primeiro que retomei foi o da peça brilhante com luz. Não sei mais como chamar tal objeto , pois que enquanto o desenvolvo penso em vários usos. Também vou lembrando que este tipo de objeto e linguagem tem me visitado há tempos. No ano passado, junto com Padu Cecconelo fiz um figurino na SP Escola de Teatro que tinha muito da construção deste objeto. Também lembrei que há bastante tempo penso em uma instalação ou site specific que coloca algumas esculturas desta, mas na cor preta, em algum espaço bem branco. Com um chão reflexivo. Com uma luz intensa branca. A primeira referência que me vem são alguns ambientes da série O Ciclo Cremaster do Matthew Barney – apesar de que olhando agora não tem muita coisa disso nesta série. Acho que a sensação que o ambiente causa seria a mesma…

Enquanto fazia o mockup também pensei na associação desta ideia com a da auto construção dos SVG. Acredito que eu conseguiria construir virtualmente estas peças em um programa 3D e talvez isto me economizaria em alguma etapa do processo. Ao mesmo tempo, a resposta que se tem enquanto vai criando o objeto é imediata, o que faz a construção no ambiente virtual perder força.

SVG e arte abstrata

Esta publicação é uma continuação desta. E esta imagem destacada do alto não ilustra corretamente os problemas que encontrarei quando funcionar de fato o gerador de figuras fechadas simples em SVG. Porque a construção destas já passou pelo meu crivo. Engraçado…

O processo de desenvolvimento do meu trabalho com a arte abstrata em SVG passou por uma fase muito interessante neste final de semana. Após pensar que as formas fechadas que eu gostaria de desenhar seriam formadas por um aglomerado de outras formas fechadas, e que elas se desenhariam e se agrupariam de maneira aleatória usando números randômicos para alterar seus parâmetros, concluí que isso apenas daria certo por sorte. Acho importante esta palavra ‘sorte’ porque os números usados na montagem das formas seriam mesmo sorteados.

Formas sorteadas e distribuídas de acordo com fatores aleatórios não formarão arte. A arte passa por um processo de definição estética. As formas obtidas por um gerador que usa números randômicos dificilmente teriam uma construção bela. O belo, neste caso, seria a qualidade de uma forma harmoniosa. Com peso adequado, com tamanho, quantidade de protuberâncias, reentrâncias, distribuição dos ângulos. E para obter esta qualidade na forma teria que haver o controle na fase de sua construção.

Eu nunca tinha me colocado a pensar em uma definição de beleza a partir das formas abstratas e que esta beleza na arte, que segundo Mario Pedrosa é o exercício experimental da liberdade, estaria mais ligada ao controle do que a liberdade caótica.

Para que este programa que estou desenvolvendo possa desenvolver um resultado interessante terei que incluir muitos controles – muitas limitações em sua imensa quantidade de possibilidades. E aí, eu que sempre relacionava a criação artística com a liberdade estou tendo que pensar em limites e controle.

Progressos dos testes com SVG

Este texto é uma continuação deste.

Criei um repositório no GitHub para manter as versões organizadas. Vou fazer aqui uma lista de backlog para eu não me perder no projeto. Na real já deturpei um pouco a primeira intenção. Mas o que importa é o desgoverno do avanço epistemológico. Affe…

Acabei criando também um kanban no Trello. Puxa vida, que rapaz mais organizado.

Mas o maior avanço deste tema aconteceu hoje durante uma conversa com meu primo Marcel. Marcel é professor de matemática na Universidade Federal do Pará. Perguntei pra ele sobre a existência de alguma solução para criar as curvas fechadas simples – que elas não fossem do tipo não-simples. Ele não sabia. Mas fomos conversando sobre o assunto e a conclusão que cheguei com a ajuda dele foi que melhor será não trabalhar com o desenho, mas sim com as formas. Fazer um amontoado de formas para montar as que eu quero. Um número de formas pré-definidas que fossem alteradas em sua escala, deformação horizontal e vertical, rotação. Depois seriam amontoadas e soldadas. Como na imagem destacada desta publicação.

Produtos

OK, tenho formação em design e preciso ganhar dinheiro. Não sou besta de achar que existe dinheiro fácil por aí, mas acho que um produto pode ser legal. Um que junte meus conhecimentos em escultura, design, usabilidade, eletrônica e figurino. Uma almofada com luz. ã?

Este desenho é baseado no uso do verniz pink com fio eletroluminescente aplicado (costurado) nas emendas. A peça é uma mistura de escultura com almofada.

Quero pensar em uma linha de almofadas tecnológicas. Com luz e com função (tipo uma com vibração, uma com aquecimento, uma com massageador).

Formas aleatórias

Ontem consegui fazer funcionar a biblioteca de JavaScript SVG.js. Aí consegui fazer um morph com um retângulo (que seria um botão) para um retangulão (que viraria uma cor de fundo de tela). Primeiro peguei o tamanho da tela do ‘cliente’, posicionei o botão no meio da tela e, quando ele era clicado, os 4 pontos que o formam viravam uma imagem final e um comando de morph era lançado.

Hoje pensei que poderia retomar uma ideia antiga: criar um gerador de formas aleatório. Baseado nas formas que costumo fazer nas minhas séries de desenho/pintura, um criador de curvas vetoriais fechadas simples que se alternassem em morph.

Na real, esta galeria mostra a investigação com formas que eu estava fazendo um ano atrás. Ela imediatamente me dá a ideia de outra possibilidade de exploração de um gerador de imagens aleatórias – que seria esta composição com as formas criadas de modo a gerar uma imagem harmoniosa ou não. Enfim, vou organizar um método para explorar isso.

Também devo dizer que esta volta ao digital se deve a minha condição de estar desempregado e sem trabalho e sem meu local de desenvolvimento de projetos artísticos – a salinha. Ela está em reforma, estão trocando o telhado! Que beleza! E aqui vai o método de criação das formas:

1 – Uma imagem em SVG pode ser do tipo polígono, retângulo, círculo, etc, etc. Estas são figuras geométricas primitivas. As que eu pretendo trabalhar são do tipo path – que não tem um nome e são formadas ora por retas, ora por curvas entre um ponto e outro.

2 – Uma curva fechada simples tem no mínimo 3 pontos. Acho importante estabelecer um número de pontos inicial para trabalhar por causa do efeito morph que pretendo aplicar à forma resultante. Apesar de que, ao que me parece, o morph funcionou bem para formas com números diferentes de pontos.

3 – Um path em SVG pode ser formado pelos seguintes comandos – e cada um exige um formato de números posteriores que determinarão o que acontecerá a partir deste comando. Aqui está uma boa referência que ensina quais são estes ‘comandos’ e que ‘argumentos’ eles solicitam.

 M = moveto
L = lineto
H = horizontal lineto
V = vertical lineto
C = curveto
S = smooth curveto
Q = quadratic Bézier curve
T = smooth quadratic Bézier curveto
A = elliptical Arc
Z = closepath

Quando usado o comando com letra minúscula, o deslocamento é relativo. Com letra maiúscula é absoluto. Provavelmente vou usar a linha para o próximo ponto ser feita com deslocamento para um ponto cartesiano absoluto para manter os pontos dentro de um conjunto.

Os limites dos números que serão usados como argumentos de cada comando para fazer a forma serão estudados conforme o desenvolvimento do projeto – assim como de que maneira farei uma forma aleatória ser uma curva fechada simples (que não tenha cruzamento na linha que a forma).


Vou iniciar o projeto usando apenas as linhas retas. Portanto usando apenas os comandos das letras M, L, H, V e Z. Vamos lá.

Cadeiras democráticas

Há algum tempo venho pensando em um projeto que pretende aproveitar melhor as madeiras dispensadas na cidade. Tenho dó de ver a quantidade de madeira que é descartada enquanto existem pessoas com necessidades de móveis. Meu plano é fazer com algumas pessoa interessadas uma lista de móveis que possam ser construídos com madeiras dispensadas.

Par isto preciso de um espaço e de material. A madeira viria de catadores e de doações. Penso neste projeto como interessante para lugares como a ocupação 9 de Julho ou a Prestes Maia. Quem tivesse interesse poderia se juntar ao grupo para conversarmos sobre a criação dos móveis, quais suas maiores necessidades, que recursos teríamos.

Este projeto pode capitalizar sua produção fazendo a venda dos móveis fabricados. A princípio os móveis iriam para as famílias da própria ocupação, mas depois poderiam ser trocados ou vendidos – principalmente para moradores de outras ocupações.

Vou tentar falar deste projeto com pessoas que já tem alguma ligação com as lideranças das ocupações. E vou pesquisar sobre isso para ver se já não existe alguma ideia mais desenvolvida neste sentido.

Pela falta de recursos iniciais, a intenção seria usar apenas martelo, pregos e serrote. A partir daí construiríamos as cadeiras e mesas que o grupo necessitasse usar. Também poderíamos usar os recursos das marcenarias coletivas como a da Vila Itororó.

Poderíamos ter uma lista de prioridades de construção – as cadeiras e mesas da reunião, armários, caixas para guardar coisas e depois os pedidos dos moradores.

Ideias novas

Me ocorrem muitas ideias a desenvolver durante o dia. E isso me faz pensar se as ideias que são complementos ou desenvolvimento de outras merecem uma revisita e edição da publicação original ou se requerem uma nova publicação. A princípio vou optar por editar a publicação original complementando-a.

Uma outra ideia que tive é que a ordem cronológica contrária a que um blog normal se apresenta não vai muito de encontro com o que eu queria aqui. Provavelmente tem um plugin no WordPress para fazer a ordem cronológica de publicações… E logo após escrever isso vou complementar minha publicação de ontem. Anteontem. Oras…

Ideia de escultura cinética

Aqui está o principal motivo para eu fazer este blog. Muitas ideias minhas estavam passando batido e eu acabava esquecendo. Então preciso documentá-las de alguma forma. Aqui eu as documento e exibo para o mundo ao mesmo tempo. Vamos ver…


A ideia ilustrada na imagem surgiu a partir de uma pesquisa para incluir faíscas nas minhas esculturas cinéticas. No começo, gostaria de fazer uma escultura cinética de um Ken fazendo um Hadouken que no final soltasse uma faísca. Isso poderia ser feito com um led piscando mas o mais interessante seria fazer uma faísca saindo de suas mãos. A primeira vontade seria que esta faísca fosse feita a partir da fricção de um disco com uma pedra de isqueiro – ou como eram feitas nas antigas armas de brinquedo. Mas não encontro como fazer isso…

Meus estudos foram no sentido do Magiclick – o acendedor de fogão. A fagulha obtida nele pode ter origem elétrica (um indutor carregado de DC) ou química-elétrica. O fato de poder fazer este cristal em casa foi o que mais me interessou. Mas aqui vem um fato novo: já existe projeto de pegar o peteleco no cristal de piezo e transformá-lo em luz. Hummmm…


Uma atualização desta publicação: Enquanto vi um cara passar de bicicleta e me perguntei se ela era elétrica e vi que tinha uma caixa na garupa mas não parecia uma bateria, pensei que ela poderia ter um método de recarregamento baseada na colisão no cristal de piezo. Pensei que a roda poderia ter alguns acionadores que, batendo no cristal, levantariam a carga sucessivamente. Depois de retificado e estabilizado este sinal poderia ser um DC utilizável.