Trabalho brilhante

Pouco antes de eu deixar o SESC Guarulhos o pessoal da comunicação me fez um pedido: precisavam de uma identificação mais visível para o bar e os caixas nos dias em que os shows acontecessem no ginásio da unidade. Junto com o pessoal da comunicação desenvolvi estas duas placas luminosas que foram cortadas em acrílico em uma CNC e tiveram neons flexíveis devidamente encaixados e ligados artesanalmente. Como não pude concluir o trabalho, coube a meu colega de ETA, Miguel Alonso, providenciar as fixações ao conjunto todo. Além disso, a comunicação havia solicitado alguns grafismos que remetessem as placas à unidade. O resultado ficou brilhante!

Operei o Coração

Foi no dia 5 de Jullho. Internei no hospital HCor às 5h da manhã e a operação começou por volta das 8h30. Antes de ir ao cti fiquei no quarto me preparando: tive o peito e o pulso depilados e passei por um banho com produtos específicos de higienização pré cirurgia.

A cirurgia durou cerca de 7 horas, até umas 15h30, quando foi considerada encerrada. O processo de extubação que normalmente demora uns 20 minutos no meu caso demorou umas 3 horas: eu estava muito agitado e nervoso assim que a cirurgia terminou. E mais algum comportamento fez a equipe solicitar exames neurológicos: eu estava olhando sempre para o lado direito e estava com os membros superiores do lado esquerdo meio parados. No exame detectaram que houve um AVC – meu cérebro estava com algumas vias obstruídas por pequenas massas que provavelmente circularam na minha corrente durante o acionamento da máquina de circulação extra-corpórea. Estas minúsculas massas ou bolhas provavelmente estavam grudadas em minha válvula antiga, tanto que podem ser partículas de cálcio.

Quando fui informado de que tinha sido vítima de um AVC fiquei muito preocupado com minha situação. Fiquei com medo de ficar com parte de minha mobilidade ou de minha capacidade intelectual comprometida. Exames posteriores foram mostrando que não acontecera isto. Com alguma fisioterapia e com o tempo passando eu voltaria a ter minhas capacidades restauradas. Mas enquanto eu estava no ambiente do hospital, tive muita dor, remédios e alucinações. Via gatos andando pelo ambiente da UTI. Via códigos indecifráveis projetados nas paredes e cortinas. Via pessoas deformadas em forma de bonecos para onde eu olhava. Via pessoas atravessando paredes. Uma noite sonhei que a equipe de enfermagem havia me levado para um bar para me dar uns remédios.

No dia 10 de julho fui liberado para subir para o quarto. Ainda almocei antes de ir. Minha família veio me auxiliar mas eu fui levado por uma enfermeira, a Gislene. Eu estava segurando um pouco minhas fezes e minha urina porque queria fazer só no quarto, e não na fralda que estava usando. Foi um grande alívio poder fazer isso! Já estava sendo atendido pelas profissionais de fisioterapia que me levavam para dar uma volta ao redor da cama e pelo corredor da UTI. Era complicado porque eu estava com drenos e eletrodos ligados ao meu corpo. Estes drenos foram retirados no sábado mas demoraram para me liberar da UTI por causa de dúvidas quanto a minha situação neurológica. Finalmente na segunda-feira surgiu uma vaga em um dos quartos (estavam todos ocupados) e fizeram um último teste neurológico comigo no ambiente da UTI. Aí me consideraram apto a subir aos aposentos.

Estou com sequelas leves de um AVC causado pelo uso do equipamento de circulação extra-corpórea. Estou anêmico, também. Não estou conseguindo ler direito. Escrever já está quase bom. Dormir está bem difícil já que só é permitido dormir de costas.

Na primeira imagem dá pra ver como a válvula não se fechava bem. Isso fazia com que o sangue venoso e o sangue arterial se misturavam. Ao auscultar meu coração, o que se ouvia era o efeito chamado sopro. Em vez do coração fazer o barulho das válvulas fechando, o famoso tum-tum, ele fazia um vush-vush.

Teoricamente era para eu me sentir mais cansado já que o sangue arterial, rico em oxigénio, se misturava com o venoso, rico em gás canônico. Mas eu não sentia esse cansaço a mais. Por isso demorei mais a fazer a cirurgia. Conseguia percorrer distâncias consideráveis de bicicleta ou nadando.

Agora estou bem curioso para experimentar a nova versão de mim, com válvula nova.

Comprei o mais caro

Garrafa 100% reciclada? É esse mesmo!

Hoje comprei um produto mais caro porque o rótulo informava que a garrafa dele era totalmente feita de material reciclado. E a garrafa não me pareceu nada pior do que a dos outros produtos similares.

Comparado com outros desinfetantes, o preço deste é bem mais caro. Me senti pagando pela reciclagem – e é mais um menos isso. Para quem tem dinheiro, dá pra fazer isso. Mas o problema de não reciclar é bem caro. Caro quanto? Se pudéssemos saber em dinheiro quanto custa colocar mais uma garrafa plástica no mundo, talvez essa escolha fosse feita por mais gente e com mais critério.

O valor deve ser uma conta que considere a quantidade de dinheiro empregado para consertar a saúde depois de submetê-la a poluição. Para conversar num mundo capitalista, só falando por números.

Ícones abstratos

Esta publicação é uma continuação desta

Depois de ter publicado as figurinhas abstratas e de ter percebido que alguns aplicativos alteram o próprio ícone de chamada – como, por exemplo, os de calendário e relógio que colocam o dia do mês ou o desenho do relógio no ícone – fiquei com vontade de continuar o projeto das figurinhas abstratas e meter uma arte generativa dentro do celular de cada pessoa. Diariamente, a partir da meia-noite, uma nova arte abstrata baseada em desenhos vetoriais seria gerada e tomaria o lugar do ícone anterior. Há possibilidades de:

  • gerar novo ícone;
  • alterar horário de alteração;
  • salvar ícone gerado;
  • etc…

Tchau SESC Guarulhos!

Hoje foi meu último dia trabalhando no SESC Guarulhos. A partir da semana que vem estarei na unidade Vila Mariana.

Será um grande alívio não ter que encarar as viagens de micro ônibus todos os dias pela via Dutra. Os motoristas dirigiam muito perigosamente.

Portas musicais

Andei pensando, baseado no perfil do Instagram que apresenta móveis que tem sons ao serem interagidos, em fazer um dispositivo que toque algum som acionado por um dínamo que converterá os movimentos em energia elétrica e alimentarão um circuito que tocará um som. Este circuito pode ter um microcontrolador para tocar um som mais complexo.

Uma porta ao abrir, por exemplo, pode acionar este dispositivo. Inclusive há portas que já fazem sons que lembram um trompete ou violino ao se movimentarem – tudo isto mecanicamente, apenas por causa da fricção dos metais das dobradiças.

O circuito tem que ter um limitador da tensão que vem do dínamo. Pode acionar um microcontrolador com uma musiquinha complexa. Seria legal um amplificador para um alto-falante de 0,5W. O peso pode ser revestido de borracha para não marcar a porta. Dá para adaptar este dispositivo para gavetas.