Desenvolvimento da ‘escultura-luminária-ex-almofada’

Escrever sobre o processo de criação de um produto é bom para registrar as falhas e não repetí-las. Aqui vão minhas falhas!

Esta publicação é continuação desta. Minha intenção era usar o material que sobrou de uma produção para fazer uma escultura. Talvez esta escultura fique com um apelo popular o bastante para ser considerada um produto de consumo. Isto seria bom para mim, já que arte não está dando dinheiro.

Falhas

  • O recorte das peças precisa ser bem exato para que nos cantos não fiquem pontas que atrapalham a junção.
  • O TRIAC não rolou… a alta tensão que passava pelos terminais entrava no Gate pelo terra.
  • O layout feito no Fritzing e exportado em SVG teve que ser consertado no Inkscape. E é um SVG bem sem-vergonha…
Circuito feito no Fritzing

Depois fiz a placa de circuito impresso. Segui um processo que vi na internet em que a transferência da imagem do layout era térmica: com um ferro de passar roupas aquecia-se a imagem impressa por toner junta à placa de fenolite. Essa imagem tinha que ser impressa em um papel glossy e precisava estar espelhada para que quando fosse transferida ficasse correta. O papel glossy poderia ser novo, comprado em papelaria, ou de uma revista que já estivesse impresso. Tentei com a revista Veja e não deu certo: desta revista nem o papel se aproveita – eles usam um papel mais barato chamado papel layout. Então imprimi em uma revista antiga com papel bom em minha impressora laser. Depois lavei bastante o papel para que ele dissolvesse e deixasse a camada impressa grudada no cobre. A transferência deu certo!

Layout do circuito impresso para o sequenciador de fio eletroluminescente

Após a imagem transferida para a placa precisava arrancar o cobre de onde eu não o quisesse. Para isso precisaria corroer o metal com um tipo de ácido. Mergulhei-a em uma solução de percloreto de ferro (FeCl3). Preparei a solução na hora – ela vem em pó – e por isso a reação química um tanto violenta acabou respingando em minha mão me queimando de leve. Ainda bem que não pegou no olho! Com a reação ainda quente a corrosão da placa não demorou nem 3 minutos.

Agora estou na fase de furar os buracos das ilhas. Preciso tentar usar uma broca de menos de 1mm com a parafusadeira ou com uma mini-retífica. Talvez seja a hora de reativar o projeto de fazer uma tipo-Dremel com motor sucata da Sampoly.

Progressos dos testes com SVG

Este texto é uma continuação deste.

Criei um repositório no GitHub para manter as versões organizadas. Vou fazer aqui uma lista de backlog para eu não me perder no projeto. Na real já deturpei um pouco a primeira intenção. Mas o que importa é o desgoverno do avanço epistemológico. Affe…

Acabei criando também um kanban no Trello. Puxa vida, que rapaz mais organizado.

Mas o maior avanço deste tema aconteceu hoje durante uma conversa com meu primo Marcel. Marcel é professor de matemática na Universidade Federal do Pará. Perguntei pra ele sobre a existência de alguma solução para criar as curvas fechadas simples – que elas não fossem do tipo não-simples. Ele não sabia. Mas fomos conversando sobre o assunto e a conclusão que cheguei com a ajuda dele foi que melhor será não trabalhar com o desenho, mas sim com as formas. Fazer um amontoado de formas para montar as que eu quero. Um número de formas pré-definidas que fossem alteradas em sua escala, deformação horizontal e vertical, rotação. Depois seriam amontoadas e soldadas. Como na imagem destacada desta publicação.